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Posts Tagged ‘walter benjamin’

amigos, escrevo de barcelona, onde cheguei há pouco dirigindo o peugeot da véro, com ela do lado, dormindo num sol de sete da tarde, bem europeu e louco. chegamos numa barcelona frenetic, pelas ramblas. pessoas quentes atravessando a rua, o mercadinho hype, as ramblas, as igrejas, as lojas, com seus ipods, sacolas, bengalas, cachorros, um bronzeado de gringo nas nucas brancas, um calorrrrrr, uma alegria, uma surpresa…

loucuras. o mínimo que posso falar. daqui há pouco coloco (montes de) fotos, porque a maioria ficou presa no meu blackberry novo de neo-galega deslumbrete, que esqueceu o código-pin em paris.

vou ficar indo e vindo paris-barcelona durante o mês de outubro, porque a véro vai trabalhar daqui.

mas, va bien, em menos de 4 dias, eu:

1 – fiz um teste na minha nova escola de francês da prefeitura de paris, na rua victor-cousin, EM FRENTE a sorbonne, e a professora disse que meu frances já é bom, e que vai me botar no nivel dois, e a escola eh fofinha de linda, eh de crianças de dia, e de adultos de noite, e no meu caminho eu passo toda terça e quinta por notre dame, que me saúda misticamente com a ave-maria de seus sinos toda seis da tarde, e eu agradeço… e eu penso na ave-maria que eu costumava escutar quando era criança no quintal da casa da minha avó, em belo horizonte, dos sinos que vinham da igreja do carmo… a mesma ave-maria. eu mando beijos para minha avó, em paris.  (finalizei também um texto que escrevi com a minha querida laura para a bienal do mercosul e uma newsletter para uma empresa)

2 – assisti, a convite da minha querida véro, a genial cantora e compositora emiliana torrini no olympia de paris, uma casa onde já se apresentaram os maiores mestres da musica do mundo. o show foi incrível,  ela é uma graça e muito intensa, milhares de fotos e vídeos que eu mostro depois… (incrível como a gente pode receber músicas de amor a 10 mil quilômetros de distância e depois, em menos de dois meses, ver ao vivo a cantora, em paris. incrível do que a toda a gente é capaz).

3 – tomei um drink com karine e alice et vero num restaurante chiquérrimo do lado do l’opera.  juro que eu moraria dentro do banheiro daquele lugar.

4 – entrevistei em inglês o franceseeeeérrrrimo lighting design louis clair, pra revista que eu colaboro, meu primeiro apontamento profissional em paris.

5 – cruzei todo o sul da frança de carro, conheci o massivo central, fui saudada pelo pôr do sol de um lado, e pela lua cheia de outro, vi cervos selvagens nos antigos bosques do rei.

6 – aprendi porque as uvas desenvolvem sabores diferentes dependendo dos lugares onde crescem

7 – dirigi um peugeot na fronteira entre frança e espanha, cruzando os pirineus sobre uma estradinha curva e estreita de noite, vendo do alto dos pirineus a lua cheia jogando um brilho incrível sobre o mediterrâneo, essa imensa baía sedutora do capeta…

8 – vi um castelo do seculo 11 absolutamente impecável em carcassonne, onde um lorde de 24 anos se rebelou contra a sanha dos templários e protegeu os cátaros do massacre iminente, pagando com sua vida por isso… fiquei sabendo bastante sobre os cátaros, mais do que eu já sabia. vou conhecer o monte onde todos eles tiveram suas cabeças cortadas pelos templários.

9 – comi o primeiro cassoulet da minha vida, em frente ao canal de midi

10 – vi um treinamento da legiao estrangeira!

11 – pernoitei em portbou, onde walter benjamin se suicidou com morfina, em 26 de setembro de 1940, por medo de ser alcançado pelos nazistas… portbou é lindíssima, eu vou passar um tempo lá, com certeza, antes que os franceses descubram aquela beleza toda. eu vou sentir benjamin em portbou, ah se vou.

12 – visitei o memorial de benjamin sobre as rochas, projetando-se sobre o mar, com minha namorada, e pensei que a vida precisa ser intensamente vivida, e que eu preciso ser mais entregue

13 – emocionei-me  quando deixei a última cidade de frança, ao volante,  e vi a fronteira da espanha, um check point bobíssimo, que nem tem guarda…

14 – fiz o primeiro topless da minha vida adulta numa praia espanhola cheia de areia negra e água azul cristalina. um velhinho produtor de vinho em la grasse se apaixonou por mim (com minhas pernas de “jogadora de rugby”, hehe) e pediu a minha mao pra véro… missier georges durand, old school total…

15 – comi um loup de mer e uma sangria num restaurante sobre o mar e as pedras

16 – dirigi até barcelona, onde nos perdemos e nos encontramos

17 – subi cinco andares de escadas com as bagagens

18 – saí pra jantar com a véro com duas das maiores artistas-intelectuais da frança e da espanha, em barcelona (véro vai editar o filme de uma delas) e elas pagaram a conta.

19 – conversei com beatriz preciado sobre livros e peformance e achei que a vida pode ser incrivelmente feliz como a gente sonhou no nosso próprio conto de fadas. fiquei tensíssima quando a virginie despentes perguntou por que que eu gostei do filme dela, e nem consegui responder, fiquei gaguejando em inglês, bem idiota e horrível.

(daqui a pouco eu volto, com fotos)

por enquanto, c’est çaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!

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